20070702

what will you do when your suntan fades?

as pessoas passam a ser opacas com uma palavra errada, um gesto errado, o conjunto disso tudo ou de outra coisa. não importa, é inevitável. três ou quatro meses, isso sem contar o período em que estive longe, já foi o suficiente para acabar com toda a vivacidade colorida que me despertava tudo:
aquela é muito folgadinha, aquele sempre força demais nas brincadeiras, aquele é meio bobo, aquela é insegura e posa de extrovertida, aquele é virgem, aquela tem uma semi-rivalidade comigo sabe lá deus por quê, aquele só mente e se calhar está meio caído por mim, aquele é uma grande criança hiperativa, aquele é meio perdido, aquela é completamente sem-noção, aquele é demasiado ingênuo, aquele experimentou coca comigo e virou nóia na semana seguinte, aquele é um tarado irritante, aquele é um entrão (literalmente, meu traseiro reclama), aquele é preguiçoso e drama king, aquele é nervosinho e waaay too passional, aquela é meio porca, aquele, ah!, aquele com certeza não toma banho, aquele se acha todo cool e muderno e artista porque os pais usam drogas, aquela não se depila, aqueles todos não sabem desenhar, aquele é manipulador, aquela é individualista, aquele é frustrado, aquela é infantil ao extremo (inclusive no traço de desenho e gostos em geral), aquele é singelo e todo perdido num relacionamento com alguém de quem não gosta mais e ainda não se apercebeu, aquela é muito feia e fala de um jeito bizarro que eu não entendo, aquele não sabe disfarçar que me olha de cima a baixo, aquela acho que é muda porque nunca a vi dizer palavra alguma...
depois de escrever isso eu reclamo que sim, (quase) todos são de meu interesse, gosto igualmente deles mesmo criticando - mas cada vez mais me dou conta de como as pessoas me cansam facilmente, irritam-me, e as viagens todas que faço são no intuito de trocar tudo pra não enjoar seriamente de nada. conseguiria eu dividir a cama com outra pessoa durante o resto da minha vida, quando até a sua respiração, a sua presença tornar-se-iam insuportavelmente incômodas, como acontece às pessoas da minha vida? há tempos que ninguém concreto me faz brilhar os olhos.
às vezes sinto que nasci pra morrer sozinha, e esta idéia não me desagrada.

5 xxx:

Carla disse...

tua última frase parece ter sido escrita por mim!

sempre tive essa sensação. hoje eu já tenho minhas dúvidas, posto que meus olhos estão brilhantes há um tempinho. só que eles só brilham pelo improvável, pelo difícil, pelo impossível. tudo o que é concreto enjoa.

Beatrix Miranda disse...

agora eu que tenho de dizer que sua última frase parece minha!

Anônimo disse...

Vão as duas para o inferno, ok? De preferência, fazendo companhia uma à outra.

Carla disse...

hahaha, só agora vi os comentários de vocês :P

Marcus, todos irão pro inferno, é inevitável. Espero que a companhia da Trixie seja tão agradável quanto parece :]

Beatrix Miranda disse...

opá, vamos todos ficar no mesmo forno, vai ser lá o nosso encontro blogueiro que um dia tinha de acontecer na vida real.