os tempos andam estranhos. todos os interruptores que aperto (fora os da minha casa) são inúteis ou estão com as lâmpadas queimadas. mete medo. passei uma semana fazendo um projeto de quadrinhos extra, sem vida social e sem pensar em outra coisa - tudo isso por só uma página -, mas depois que ouvi do professor que ia receber a nota máxima, valeu a pena. não só por isso, estou feliz de ter me superado e feito algo de que realmente goste.
a faculdade anda estranha, todo mundo está com o cabelo diferente, aquela grande primeira impressão já começa a esmaecer. surpreendo-me todos os dias com a minha incapacidade de apaixonar-me por pessoas que possam estar comigo (minha vida amorosa sempre foi uma grande piada burlesco-romântica) e de desenhar com lápis. eu sei é pintar. só pegar nos pincéis, na água e na aquarela que as imagens vazam no papel...
não sei por que continuo a roer as unhas. vai ser mais difícil parar agora que minha avó está aqui passando um tempo, e dormindo na minha cama, diga-se de passagem, sob o pretexto de cuidar da minha tia que (já) se recuperou de uma pneumonia. os tempos andam mesmo estranhos. demasiado azar. o metrô não funciona, levo três horas para chegar da faculdade em casa, sem nem saber como porque estou sempre muito alterada. ouço um cd específico mais do que o saudável, talvez, e queria ser capaz de arrancar o pc da tomada por um longo tempo sem sentir pulsar o vazio, que qualquer coisa aqui dentro está oca.
não aguento mais ter um papagaio aos ombros - bia, bia, querida, aonde você vai, aonde você foi, por que você não faz isso depois, pode acender a luz, não me incomoda, olha, aqui tem arroz - eu já disse e sempre digo que não como arroz há anos, avó -, por que você não usou aquele shampoo, vem dormir, queridinha, eu me preocupo com a sua saúde, vem dormir, vem dormir que já são meia-noite, vem dormir, pode acender a luz que não me incomoda, mas você ainda vai ler, já está tarde, vem dormir, vem dormir, você vai ao banheiro, por que tão tarde assim, tem aqui um pouco de arroz, você não qu-
NÃO AVÓ EU NÃO QUERO NENHUMA MERDA DE ARROZ NÃO VOU JANTAR AGORA E NÃO DURMO ANTES DAS DUAS DA MANHÃ VOU LER SIM ATÉ A HORA QUE EU QUISER AQUELE SHAMPOO FEDE EU SEI DESDE CRIANCA QUE A LUZ NÃO TE INCOMODA MAS LAMENTO EU VIVO NO ESCURO NÃO QUERO SAI SAI SAI DAQUI
por que todas as minhas amigas amam todos os vovôs curvados, babões e pequeninos e eu sou acometida com idéias do tipo dar uma coronhada na cabeça da minha avó quando ela ronca de madrugada?
a faculdade anda estranha, todo mundo está com o cabelo diferente, aquela grande primeira impressão já começa a esmaecer. surpreendo-me todos os dias com a minha incapacidade de apaixonar-me por pessoas que possam estar comigo (minha vida amorosa sempre foi uma grande piada burlesco-romântica) e de desenhar com lápis. eu sei é pintar. só pegar nos pincéis, na água e na aquarela que as imagens vazam no papel...
não sei por que continuo a roer as unhas. vai ser mais difícil parar agora que minha avó está aqui passando um tempo, e dormindo na minha cama, diga-se de passagem, sob o pretexto de cuidar da minha tia que (já) se recuperou de uma pneumonia. os tempos andam mesmo estranhos. demasiado azar. o metrô não funciona, levo três horas para chegar da faculdade em casa, sem nem saber como porque estou sempre muito alterada. ouço um cd específico mais do que o saudável, talvez, e queria ser capaz de arrancar o pc da tomada por um longo tempo sem sentir pulsar o vazio, que qualquer coisa aqui dentro está oca.
não aguento mais ter um papagaio aos ombros - bia, bia, querida, aonde você vai, aonde você foi, por que você não faz isso depois, pode acender a luz, não me incomoda, olha, aqui tem arroz - eu já disse e sempre digo que não como arroz há anos, avó -, por que você não usou aquele shampoo, vem dormir, queridinha, eu me preocupo com a sua saúde, vem dormir, vem dormir que já são meia-noite, vem dormir, pode acender a luz que não me incomoda, mas você ainda vai ler, já está tarde, vem dormir, vem dormir, você vai ao banheiro, por que tão tarde assim, tem aqui um pouco de arroz, você não qu-
NÃO AVÓ EU NÃO QUERO NENHUMA MERDA DE ARROZ NÃO VOU JANTAR AGORA E NÃO DURMO ANTES DAS DUAS DA MANHÃ VOU LER SIM ATÉ A HORA QUE EU QUISER AQUELE SHAMPOO FEDE EU SEI DESDE CRIANCA QUE A LUZ NÃO TE INCOMODA MAS LAMENTO EU VIVO NO ESCURO NÃO QUERO SAI SAI SAI DAQUI
por que todas as minhas amigas amam todos os vovôs curvados, babões e pequeninos e eu sou acometida com idéias do tipo dar uma coronhada na cabeça da minha avó quando ela ronca de madrugada?
4 xxx:
deve ser pq tu convive com ela, tuas amigas não.
pessoas cansam, hahaha.
Coronhadas não. Apenas ignoro-os.
carla: faz só duas semanas que ela está aqui e eu já comecei a enlouquecer logo nos primeiros dias. insensível: nunca gostei dela, nem de pequena. meu santo nunca bateu com o dela. já a minha outra avó eu amo de paixão. o que as diferencia, principalmente, é que uma me ama, e a outra é obcecada, o sentimento é doente devido a uma série de motivos, muitos deles mais antigos que meu nascimento. e eu tenho aversão a pessoas obcecadas por mim.
marcus: quando você chegar ao ponto de sonhar que grita selvagemente e espanca uma pessoa, ignorar passa a ser bem mais difícil. a garrafa tem um gargalo, sabe.
odeio velhinhos cara :B
mas só de pensar que minha avó está morrendo, me desespero :~
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