20080331
20080325
daquele site lá de letras
como brasileira, eu enfrento um dilema: sinto-me bem por fazer parte da nata elevada e ter mais chances do que o resto, ou sinto-me mal pela média do nosso país ser tão inacreditavelmente medíocre? de qualquer maneira, é uma vergonha, assim como a juventude ter estagnado em legião urbana desde os anos oitenta. e pensando de novo, esse ranking foi montado pela população internauta brasileira, que já não é um número tão grande apesar de mais abastada, ou seja - a preferência geral da nação apática cai em coisas ainda mais baixas, tipo... o créu.
ontem estive pensando seriamente em sair daqui. amo são paulo, quero morar nela durante alguns anos (um já foi), mas sinto que não é a paragem final. eu não pertenço a este lugar, ele não é pra mim, mesmo me sabendo perdidamente brasileira. life is elsewhere.
20080322
el robot attaaaaack
há mais ou menos três semanas eu entrei numa nóia de que iria perder meu celular dentro de pouco tempo, e por isso tinha de anotar os números em qualquer outro canto, caso o dano fosse tal que não permitisse recuperar a agenda. tive a sensação de que chegava a hora de algo acontecer. peguei num caderno e caneta, comecei a escrever.
fui até a letra G. fiquei com preguiça depois de me dar conta que havia quase o triplo de contatos cujas letras iniciais estavam entre L e P (e mais R), o que significava que ia levar ainda muuuuito tempo até passar tudo a limpo. amanhã eu faço, pensei. aham.
num dia aleatório da semana seguinte eu estava com uma garrafa de água no meu quarto, aqui ao meu lado. desastrada como sou (só dentro de casa - é um fenômeno curioso, sinto que sou espaçosa demais pra quatro paredes), bati a mão na garrafa. ela ficou um segundo virada, mas foi o suficiente pra que se formassem várias poças em cima do revestimento de plástico já com goivadas que por sorte não atingiram a madeira. fui à cozinha pegar um pano e enxugar aquilo, antes que escorresse pra algum aparato eletrônico.
o problema foi que eu não vi uma das poças que estava bem ao lado do meu celular.
eu o abri, tirei a bateria, tirei o chip, sequei - mas já era tarde. a água enfiltrara-se lá dentro e ele foi morrendo aos poucos. primeiro a tela, depois as luzes do teclado entraram em curto. ainda ligava, mas na manhã seguinte, quando o peguei em minhas mãos, senti que estava gelado. nunca mais deu outro sinal de vida.
levei uma semana até tomar vergonha na cara e ir comprar outro. domingão de chuva fui eu andando até o shopping paulista. a loja da TIM é praticamente escondida, e esperei vinte minutos sentada no pufe cúbico até que o atendente lindo, em quem eu estava de olho desde que entrara, me chamou.
- então, aconteceu o seguinte, ---------- e vou fazer tudo de novo, do zero, outro conta, outro número (desta vez de são paulo), outro aparelho.
- ok, você me empresta o RG, CIC e comprovante de residência?
- haaa, comprovante de residência?
- é, é o procedimento pra pós-pago.
- ...eu volto amanhã.
ainda bem que depois encontrei a carol e o chico pra um choconhaque ali ao lado, senão teria ficado fodida por perder a viagem, e ainda pensar que talvez amanhã não pegasse o atendente lindo.
de fato... foi um gordo com uma pele meio escamosa chamado tiago quem me atendeu no dia a seguir. fiquei mais ou menos 2h esperando o procedimento todo, que estava algo precário porque a loja estava sem sistema há dias. o que era pra ter levado 10min, durou 1h30. a pior parte foi escolher dentre os aparelhos. eu gostava do meu V3i, era um intermediário entre os que só fazem ligações e os que passeiam com o seu cachorro, e ainda era flip top - detesto teclados desprotegidos, tem que ficar bloqueando e não tenho paciência pra isso.
eu não sei o que se passou. depois de ver e rever exaustivamente vários modelos e percebendo que eu só me atraía pelos salgados, acabei escolhendo um que tinha o preço médio entre os mais baratos e os mais caros - o que não significa que foi pouco. quase over the top, eu diria, mas só quase. ele é de slide! nem sei se é esse mesmo o termo, mas é tão divertido dizer sliiiiiiiiiide...
saí da loja e fui à praça de alimentação. enquanto terminava de comer, vi que a quarentona da mesa diagonal acendera um cigarro na maior cara de pau. acho que é proibido fumar em shopping há uns dez anos, então nunca pude aproveitar a época de ouro. a princípio fiquei com invejinha da ousadia dela. depois percebi que não ia demorar muito até vir alguma das mil faxineiras dizer que era proibido e apontar o lixo mais próximo. só que não! ela fumou tranquilamente e ninguém apareceu.
minha refeição teria sido muito mais feliz se fosse encerrada com um cigarro, pensei.
aliás, toda a experiência shopping seria muito mais feliz se incluísse cigarros here and there. depois de esperar 2h ouvindo uma musiquinha irritante e torcendo pra que a mulher viesse me atender do outro lado da linha no próximo instante, acho que toda ansiedade foi canalizada e pronto - um surto de compra. gastei uma porrada de dinheiro numa merda de um celular.
é assim que os centros comerciais obtêm seus maiores lucros: eles privam os fumantes de nicotina e do ato de fumar durante umas horas e transformam-nos em shopaholics momentâneos em potencial. ingênuos os que acham que é só uma questão de saúde pública...
e eu ainda estou em choque com o tanto de tecnologia que carrego em minhas mãos. depois do contador de passos pensei que não podia haver mais nada - pois sim, ele é agora também o meu mais novo controle do windows media player! onde este mundo vai parar? temo muito tudo isso. não quero ser corrompida! que diabo, eu até que estava feliz sem celular. odeio estar gostando tanto, isso tudo é tão fútil e supérfluo que eu me sinto culpada carregando um troço assim no bolso enquanto vejo gente morrendo de fome nas ruas. mas o que eles ganhariam se eu tivesse comprado um celular mais barato?
ganhei também um zippo novo. é gravado, como o outro, só que dos dois lados e com um padrão ornamental de ramos que me faz pensar que ele pertenceu a algum barão do café do séc. XIX, apesar dos zippos só terem surgido na década de 30 do século passado. ele é mais feminino que o outro de flocos de neve, mas este, por enquanto... simplesmente me parece uma sombra, uma invocação, uma aparição do desaparecido silent night, tentando cobrir a lacuna com o mesmo brilho, formato e clique, but it's not quite the same... como um tributo, uma homenagem à lembrança do antigo. vamos ver se isso se dissolve com o tempo.
20080320
mais uma.
20080319
balanço do dia: 10527 passos, ou 9.6km
esse contador de passos que existe no meu celular novo vai revolucionar minha vida.
20080316
love bravenet
interessante ir lá checar os referrers (sempre há algo estúpido do tipo busca por "sexo gays alemães", "hbo masturbação"), e qual não foi minha surpresa ao me deparar com...
"por quem a trixie ta apaixonada".
só falta saber se é a trixie do speed racer ou a dos padrinhos mágicos.
20080315
from my window
20080310
20080308
artrópodes do Instituto de Artes
aquele lugar possui uma biodiversidade incrível. vira e mexe cai um bicho bizarro no meu ombro, e resolvi ir fazendo uma pequena coletânea deles - porque quando mudarmos para a barra funda cinza e industrial, eles não nos acompanharão.
uma das primeiras - a mariposa que repousou numa planta do átrio durante quase um mês.
esta é das borboletas mais comuns...
...e logo já vem outra.
eu apaixonei-me por esta aranha minúscula e transparente.
mas depois que percebeu que não lhe faria mal, até começou a posar e deu-me esta foto, uma das minhas preferidas dentre as que tirei de aracnídeos. ela realmente interage com o observador.
tags: artrópodes