o intervalo entre 03:22 a 5:01 de mason city. e por que não o blueberry boat inteiro? ouçam. não é possível descrever o conto de fadas sinistro que é esse álbum esquizofrênico. é ele que tem me salvado sucessivamente na última semana. tenham paciência - algumas músicas vão mesmo parece dignas de se passar, mas de repente aparece um piano dissonante irresistível que faz valer a pena absorver os barulhos irritantes e refrões um pouco enjoativos. no fim tudo se funde, e cada parte de blueberry boat torna-se harmônica e essencial. ou quase - o clímax é no começo, o que acaba fazendo de faixas como 'birdie brain' dispensáveis depois das mind-blowing 'quay cur' e a faixa-título. chris michaels e mason city estão algo no meio, um bocadinho ressacadas, mas devo dizer que adoro todas as mudanças aparentemente sem sentido de andamento e melodia, e em especial o trecho em particular que citei no começo. se bem que é injusto falar de um trecho só com tantas passagens out of the blue que pintam cenas que não pensava serem possíveis... o álbum terminaria muito bem em 'turning round', mas 'wolf notes' acabou por ser um anexo adorável. depois de alguns anos a ouvi-lo, em viagens, antes de dormir, dormindo, enfim, em diversas situações, ele ainda me surpreende e encanta, primeiro deixando minha mente vazia para depois enchê-la com histórias esquisitas que sempre estiveram perdidas nalgum lugar da minha memória.
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